Open Banking: o que é e o que você precisa saber sobre ele

14 de setembro de 2021
Por Marden Rodrigues

Você já ouviu falar sobre o Open Banking? Esse novo modelo vai mudar o jeito como todos lidamos com a nossa vida financeira.

Mas calma que vamos explicar tintim por tintim como funciona, de um jeito simples e descomplicado. Vem com a gente!

O que é o Open Banking?

O Open Banking, em tradução livre, significa sistema financeiro aberto.


Sabe aquela ideia de um sistema burocrático onde os grandes bancos detêm as informações dos seus clientes? Isso ficou para trás com esse modelo.


Esse novo sistema vai possibilitar que os dados do consumidor sejam de sua propriedade e, dessa forma, o cliente passa a ter mais opções de produtos e serviços e mais liberdade para escolher onde, quando e com quem se interessa em compartilhar suas informações financeiras.


Com o Open Banking, as informações bancárias são compartilhadas livremente através de APIs abertas (interface de programação de aplicações – são como “tomadas” entre aplicativos, sabe?), desde que autorizadas pelos clientes. As APIs permitem compartilhar os dados entre as instituições financeiras de forma segura e padronizada, e trazer mais concorrência para o setor, ampliando a oferta de produtos e serviços.


Imagine só você utilizar certa instituição financeira para movimentar sua conta corrente, acessar crédito e investir. Lá, estão disponíveis seu histórico e todos os dados, como as contas pagas, seu salário, empréstimos e perfil de gastos, por exemplo. No modelo que sempre existiu, você teria suas informações retidas dentro desta única instituição e, caso quisesse criar uma conta em um banco digital, por exemplo, teria que começar do zero.


Com o Open Banking, é possível levar esses dados e compartilhá-los entre diferentes instituições. Assim, você poderá ter uma conta em um banco, mas pegar empréstimo em outro, se achar que as taxas do primeiro estão muito altas.


Você passa a ter controle de todas as suas informações, podendo escolher o serviço ou produto que melhor se adeque às suas necessidades ou com as melhores condições de serviço.

Mas o que o Open Banking traz de novo para o mercado?

Para nós, clientes, o benefício maior é poder ter mais liberdade e autonomia sobre nossas próprias finanças. Cansado de ser refém de uma única instituição, né? Relaxa… Isso está mudando!

 

Toda aquela burocracia na hora de mudar de banco está ficando para trás. E o melhor disso tudo é poder contar com diversas opções de produtos e serviços que se adequem às nossas necessidades, com condições mais vantajosas e personalizadas ao seu perfil e histórico.

 

Sendo assim, se você encontrar um empréstimo no banco A com juros altos, e o banco B oferecer uma proposta melhor (melhores taxas e limites, por exemplo), você tem total liberdade para migrar para o banco B.

 

E isso só vai estimular a competição e inovação no setor. Afinal, se os bancos quiserem manter seus clientes, eles terão que criar novos produtos, com taxas mais atraentes e oferecer experiências mais ágeis, personalizadas e com os melhores preços. Veremos, de fato, uma disputa do bem!

Mas como vai funcionar o Open Banking no Brasil?

Antes de explicar como funciona, vale ressaltar que, no Brasil, os dados que poderão ser compartilhados são:

 

  • Dados cadastrais usados para abrir uma conta em banco, tais como dados pessoais (nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc)
  • Dados transacionais (informações sobre renda, faturamento no caso de empresas, perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente, entre outros);
  • Dados sobre produtos e serviços utilizados (informações sobre empréstimos pessoais, financiamentos, investimentos, etc)

De acordo com o Banco Central, o cronograma de 2021 para implementação do Open Banking está dividido em 4 etapas. Veja cada uma delas!

 

Fase 1: A primeira fase teve início no dia 01/02/2021. Nela, não foi compartilhado nenhum dado do cliente. Começou disponibilizando ao público informações padronizadas sobre seus canais de atendimento e as características de produtos e serviços bancários tradicionais que oferecem. Nesta primeira fase, surgem soluções que comparam diferentes ofertas de produtos e serviços financeiros, auxiliando as pessoas a escolherem a opção mais adequada ao seu perfil e necessidades.


Fase 2: Na segunda fase, que começou no dia 13/08, os clientes podem solicitar o compartilhamento entre instituições participantes de seus dados cadastrais, de informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados. E será possível para o cliente cancelar essa autorização a qualquer momento em qualquer das instituições envolvidas no compartilhamento.


Fase 3: Na terceira fase, iniciada em 30/08, surge a possibilidade de compartilhamento dos serviços de iniciação de transações de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de crédito. Isso abre caminho para o surgimento de novas soluções e ambientes para a realização de pagamentos e para a recepção de propostas de operações de crédito.


Fase 4: Na quarta fase, que terá início em 15/12, dados sobre outros serviços financeiros passam a fazer parte do escopo do Open Banking. Os clientes – sempre que quiserem e autorizarem – poderão compartilhar suas informações de operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar aberta e contas-salário, bem como acessar informações sobre as características dos produtos e serviços com essa natureza disponíveis para contratação no mercado.

É claro que mais tecnologia financeira precisa andar juntinho de mais educação financeira. Caso contrário, continuaremos perpetuando uma realidade onde poucos têm acesso ao conhecimento e, portanto, tomam decisões mais bem informadas.


Por esse motivo, compartilhe esse texto com amigos e familiares! De pouco em pouco, todos fazemos a diferença por um Brasil melhor.

Fontes

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