Caderneta de poupança: 8 vantagens e desvantagens de se investir

28 de maio de 2018
Por Marden Rodrigues

Antes de apresentar as vantagens e desvantagens de se investir na caderneta de poupança, é bom esclarecer que, ainda hoje, ela é considerada a mais popular entre as formas de aplicação financeira existentes no Brasil, com o objetivo de garantir que indivíduos de baixa renda e com poucos recursos financeiros possam guardar algum dinheiro.

A sua história remonta a um passado distante, mais exatamente ao dia 12 de janeiro de 1861, quando o então Imperador do Brasil, D. Pedro II, criou, a partir do Decreto nº 2.723, a chamada “Caixa Econômica da Corte”, com o objetivo de, segundo o seu artigo 1º, “Receber, a juro de 6%, as pequenas economias das classes menos abastadas e de assegurar, sob garantia do Governo Imperial, a fiel restituição do que pertencer a cada contribuinte, quando este o reclamar”.

A caderneta de poupança é a mais antiga e tradicional forma de garantir que indivíduos de baixa renda e com poucos recursos financeiros possam guardar algum dinheiro.

A partir de então, as cadernetas passaram a ser consideradas sinônimos de poupança para as classes menos favorecidas, graças a algumas de suas características primordiais, entre as quais, a simplicidade da operação, o baixo valor exigido para investimento inicial, segurança, entre outras características.

Essas características mantêm essa modalidade de investimento ainda bem viva e, de acordo com dados do Banco Central, com uma captação líquida positiva em 2017 — com os depósitos superando os saques em R$ 17,1 bilhões de reais.

O que é a caderneta de poupança?

Essa é uma aplicação financeira criada com o objetivo de permitir que indivíduos de baixa renda possam guardar algum dinheiro. É considerada uma modalidade conservadora, apesar de popular, já que indivíduos menores de idade, autônomos e mesmo sem conta corrente podem, perfeitamente, abrir uma caderneta.

Atualmente são cerca de R$ 131,8 milhões de contas no país. No entanto, o valor médio, por conta, não ultrapassa R$ 1,7 reais, e pior: apenas 40% delas possuem um saldo maior que R$ 100,00.

Um total de R$ 665,5 bilhões de reais é o valor do montante atual em cadernetas de poupança — o que é considerado pouco, principalmente quando comparado ao montante de quase R$ 1 trilhão de reais acumulado pelos chamados Fundos de Investimentos.

Tecnicamente, as cadernetas podem ser definidas como uma aplicação financeira na modalidade pós-fixada, sujeita às variações da TR (Taxa Referencial), com cobertura pelo Fundo Garantidor no valor de até R$ 60 mil.

Um indivíduo, ao criar uma caderneta, terá direito a retirar o dinheiro quando quiser, e os seus rendimentos são garantidos na forma de juros de 0,5% + TR, computados todo mês, sempre na data em que foi aberta a conta.

4 vantagens de se investir na caderneta de poupança

1. Liquidez imediata

Sem dúvida, esse é um dos grandes atrativos das cadernetas: uma liquidez imediata, ou seja, a possibilidade de poder sacar a qualquer momento os valores acumulados, independentemente de prazo estipulado, e sem que haja perda financeira.

 

2. Ausência de taxas e impostos

IOF, Imposto de Renda e demais taxas administrativas são proibidos para esse tipo de aplicação financeira. Bem diferente de outras, como o CDB, por exemplo, na qual o IR incidente fica entre 15 e 22% dos rendimentos, especificamente para aplicações com tempo inferior a 6 meses.

A possibilidade de sacar o seu dinheiro a qualquer tempo é uma das grandes vantagens desse tipo de aplicação.

3. Fundo Garantidor de Crédito

O FGC é uma espécie de garantia de pagamento caso o banco, por algum motivo, não possa honrar o seu compromisso de devolver os valores acumulados pelo investidor. Isso geralmente ocorre em caso de falência ou “quebra” do banco. Nesse caso, o fundo garante o pagamento integral de até R$ 60 mil ao depositante.

 

4. Simplicidade

Também a facilidade com que se pode abrir uma caderneta e a simplicidade da sua operação estão entre os seus principais atrativos.

Nela, o cliente simplesmente deposita os valores mensalmente e não se preocupa mais com a aplicação. Não há necessidade de conhecimentos técnicos e nem do mercado de investimentos.

4 desvantagens de se investir na caderneta de poupança

1. Baixa rentabilidade

Uma rentabilidade bastante modesta, quando comparada a de outros tipos de aplicações, é o fator que mais contribui para afastar novos poupadores.

Para se ter uma ideia, em 2017, graças ao corte de 0,25% na taxa Selic (passando de 7% a.a. para 6,75% a.a.), somado à diferença da inflação, os rendimentos de quem guardou, por exemplo, R$ 10 mil durante um ano inteiro, sequer chegaram a R$ 480,00. Muito pouco, se comparado ao rendimento de outras aplicações.

Um rendimento que mal chega a 7% ao ano é uma das causas do pouco poder de atração das cadernetas.

2. Resultado a longo prazo

Outra característica dessa aplicação é o fato de os resultados só serem sentidos em longuíssimo prazo. Um valor depositado, mas que não completou 1 mês na conta, não chega sequer a receber os juros + TR mensais.

 

3. Não serve para pessoa jurídica

Pelo motivo citado acima, as cadernetas também não são recomendas para empresas e demais pessoas jurídicas.

Baixa rentabilidade, resultados em longo prazo, cobrança de taxas e impostos (como o Imposto de Renda ao percentual de 22,5% sobre os rendimentos), entre outros motivos, tornam a aplicação pouco atraente para as empresas.

 

4. É incompatível com a inflação

Apesar da sua simplicidade e todas as garantias que a cercam, uma inflação alta pode significar perda real do dinheiro guardado na poupança.

Em 2016, por exemplo, a rentabilidade das cadernetas não ultrapassou a casa dos 8%, enquanto a inflação, segundo o IPCA, foi da ordem de 10,66%. Isso significa perda real do dinheiro guardado e uma sensível redução do poder de compra do indivíduo.

Como funciona?

Como vimos, a caderneta de poupança tem como principal característica a sua simplicidade. Um indivíduo munido de CPF, RG e um comprovante de residência já está apto a contratar o serviço em qualquer instituição financeira e começar a poupar qualquer valor, em qualquer época do ano, e sem qualquer tipo de limite e prazo para liquidez.

Uma “novidade” é que a partir de 3 de maio de 2012 foi suspensa a fixação de 0,5% para o rendimento mensal do montante depositado. Uma modificação bastante importante para a economia brasileira, e que influenciou diretamente na queda da Selic.

A partir dessa data, todos os depósitos terão como referência essa taxa. O que significa que se tivermos uma taxa básica superior a 8,5% a.a., os rendimentos das cadernetas continuarão obedecendo à fórmula antiga: 0,5% (ao mês) + TR (6,75% a.a.). No entanto, caso a Selic seja inferior a 8,5%, os juros para a poupança serão de 70% da Selic + Taxa Referencial (TR).

Apesar de popular, as cadernetas de poupança vêm perdendo o seu poder de atração junto à população. Deixe a sua opinião sobre este assunto e continue acompanhando as publicações do blog.

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